Da luz que cega os olhos
Entramos em uma nova repetição
Através do parto sem despedida
Dê as boas-vindas a abolição.
Saltamos do maior de todos os berços
Caminhamos em estradas que nos fazem turvar a visão.
Adquirimos amizades, cultivamos menos de um terço
Criamos laços cada vez mais afetivos
E como resultado nos vemos em um menor espelho
Com a nossa imagem e erros refletidos
Achamos um culpado, e pecamos
Contamos os segundos dos anos já vividos
Deixamos de acreditar e meditamos
Com pernas cruzadas e alma separada
Ascendemos e somos convidados a viver uma nova jornada.
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Recolher, estourar, acender, fabricar. |
Agora em um ambiente mais plano
Nos testamos, afirmamos, reiteramos
Construimos casas em meio ao furacão
Pulamos corda tal qual um terremoto
Arranhamos os muros com palavras de perdão
Transformamos a memória em uma única foto
Fomos expulsos, mais uma vez desse conhecido jardim
Sacudimos a árvore para ver os frutos cair
Colocamos em uma cesta e nos propomos a destribuir.
- Uma bem vermelha pra você e outra nem tanto pra mim.
Somos levemente recolhidos por longos braços
E em um novo berço, com uma nova cor
Somos semeados em desconstrução
Fruto de esperança de quem é Criador
Arrancados do tronco da renovação.